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Quais equipamentos são essenciais para um home studio?

Quais equipamentos são essenciais para um home studio?

Quais equipamentos são essenciais para um home studio? 1920 1080 Soundclass

Olá, se você está montando um home studio ou pretende montar um, aqui vou falar um pouco sobre a estrutura essencial para que você possa ter uma visão geral do assunto e entenda melhor antes de mergulhar nesse maravilhoso mundo que é a Produção Musical, tirando o melhor proveito e melhor custo-benefício dos equipamentos.

O mercado da Produção Musical mudou radicalmente nos últimos anos possibilitando que com pouco investimento muitas pessoas pudessem realizar o sonho de ter um cantinho na casa onde pudessem expressar sua criatividade musical e ir além disso até, realizando trabalhos de alto nível profissional de dentro de casa. Chave para essa transformação foi a revolução digital e a internet que democratizaram os meios de informação e expandiram os meios de comunicação.

Costumo dividir a estrutura de um estúdio – e o home studio também se encaixa – em duas bases: os equipamentos e as pessoas que operam os equipamentos. Quero frisar isso aqui, pois apesar desta matéria ser focada na primeira parte (os equipamentos), acredito que a parte mais importante da equação é o ser humano que opera os equipamentos e que entende como usá-los da maneira “correta”, extraindo deles o melhor. Você pode ter os melhores equipamentos, mas se não souber como usá-los de maneira adequada dificilmente conseguirá tirar um som de boa qualidade, no entanto se tiver um pouco de conhecimento, mesmo com poucos recursos você conseguirá se encontrar no meio da tecnologia e tirará o melhor proveito daquilo que você tem disponível.

Vou colocar aqui uma lista com as prioridades em ordem sequencial, indo dos equipamentos realmente essenciais em direção aos equipamentos menos essenciais em um home studio. Quando digo “menos essenciais”, quero dizer que se você pretende montar seu home studio aos poucos, esses itens poderiam esperar mais para investir, enquanto que com os primeiros itens você já consegue começar a produzir e tirar um som. Dependendo das suas necessidades essa ordem pode mudar, por exemplo, se você faz produção de música eletrônica, talvez um controlador MIDI seja mais importante no início.

Dividi os itens em Extremamente Essenciais 1 – 3 (não tem como fazer nada sem eles), Muito Essenciais 4 – 6 (você vai precisar deles para gravar), Essenciais 7 – 9 (podem ser adaptados, ou adquiridos depois)

1 – Computador
2 – DAW (Digital Audio Workstation – programa de gravação)
3 – Fone de ouvido

4 – Interface de áudio
5 – Microfone/ Cabo/ Pedestal/ Pop filter
6 – Monitores de referência

7 – Tratamento acústico e Layout
8 – Controladores MIDI
9 – Suporte para os monitores de referência

Abaixo alguns comentários e indicações dos itens listados acima:

Extremamente Essenciais
1 – Computador
Neste quesito, pra começar a produzir, basicamente qualquer computador vai servir, seja ele um notebook ou desktop, Mac ou PC. A respeito de um computador usado, observe que se você usa muito ele para navegar na internet e ele já tem uns anos de uso, pode ser que por estar um pouco carregado de programas instalados necessite de uma limpeza (de software) ou mesmo uma reinstalação do sistema operacional para poder rodar sem dor de cabeça. Já peguei computadores mais antigos pra gravar que apresentaram distorção, ruídos, lentidão e após uma reinstalação do sistema operacional feita por um profissional qualificado, voltou a funcionar sem problemas.

Outra coisa a se observar é a compatibilidade do seu computador/sistema operacional com a DAW e interface de áudio. Hoje em dia isso é menos frequente do que alguns anos atrás, mas ainda corremos o risco de cair nas “garras” da incompatibilidade. Então melhor checar direitinho.

Se você está pensando em comprar um computador dedicado para seu home estúdio eu indicaria um desktop Intel i5 por causa de sua maior compatibilidade e opções de upgrade, porém um Notebook i3 também vai fazer bem o serviço.
Lógico que neste item, quanto mais potente o computador, maior vai ser sua longevidade e performance. Se seu bolso comportar um i7, ótimo.

2 – DAW (Digital Audio Workstation)
A respeito da DAW, o mercado oferece desde alternativas gratuitas, ou que vem de bônus com algumas interfaces de áudio, até softwares super elaborados de produção.

Eu costumo dizer que a melhor DAW é aquela que você tem acesso à ela e sabe usar bem, pois em termos de qualidade de áudio elas não têm diferenças audíveis.

As DAWs gratuitas que vêm de bônus na compra das interfaces são ideais para quem está começando e o interessante seria se pudéssemos baixar uma cópia de avaliação para instalar e mexer um pouco e ver qual você se adaptaria melhor, porém cada uma delas tem uma curva de aprendizagem e este processo levaria um tempo. Por isso, deixarei aqui uma breve descrição de algumas DAWs disponíveis atualmente.

Steinberg Cubase Pro (€581,99)
Atualmente na versão 10.5 o Cubase Pro é uma das plataformas de trabalho mais completas do mercado contando com ferramentas poderosas de edição de áudio e MIDI e excelente roteamento de monitoração em casos de gravações complexas. Em suas versões gratuitas e mais enxutas, porém (Cubase Elements), deixa a desejar em termos de plugins nativos e roteamento avançado de mixagem, mas ainda assim pra começar é uma ótima opção.

Avid Protools 2020 (U$29,99 por mês – contrato de um ano)

Apesar de não ter tantas funções quanto o Cubase, não deixa nada a desejar em termos de performance e se tornou a DAW mais encontrada nos grandes estúdios. Capaz também de roteamentos e funções avançadíssimas, suas versões gratuitas (Pro Tools First) são também muito limitadas, porém para começar a praticar é uma boa opção.

Apple Logic Pro X (R$749,90)
Se você tem um Mac, o Logic é uma boa pedida por causa do seu preço reduzido em relação aos citados acima, além de ter instrumentos virtuais nativos de altíssima qualidade e capacidade de edição e mixagem ao par das DAWs citadas acima. Quem está acostumado com Garage Band, esta seria uma opção óbvia. Não possui versão de avaliação.

Cakewalk by Bandlab (gratuito)
Software totalmente gratuito com funções avançadas que compete com os softwares pagos acima. É também um software muito bem desenvolvido e com alguns anos de história só que com outro nome – Sonar. Vale muito a pena, porém somente para Windows.

Cockos Reaper (U$60)
Gratuito para teste por 30 dias e após isso U$60, que é um preço bem barato pela quantidade de recursos e funcionalidade do programa, o Reaper é um software open source colaborativo que apesar de não ter uma interface tão bonita é extremamente eficiente e também não deixa nada a desejar.

Presonus Studio One Professional (R$2.191,59 / R$1.534,11)

Essa DAW feita pela Presonus também é bem completa e vem ganhando espaço no mercado. Tem uma versão gratuita (Presonus Prime) também que obviamente carece das funções mais avançadas, inclusive não aceita outros plugins além dos nativos, o que limita bastante a versão gratuita do programa.

3 – Fone de ouvido
Existe aqui uma diferença entre fones de ouvido específicos para mixagem de áudio e fones comuns. Geralmente os fones comuns – e isso vale também para os monitores de referência -, tendem a ter uma resposta de frequência mais “colorida”, por exemplo, os fones que são desenvolvidos para discotecagem de DJ tem um grave mais exacerbado, porém os fones de estúdio são mais “flats” e mais fiéis ao áudio original. Além disso, mesmo entre os fones de estúdio existe uma grande diferença de timbre entre eles.

Se você já possui um fone de ouvido em boas condições já pode começar a usá-lo, pois outra coisa importante a respeito da sua monitoração (seu fone) é que você deve conhecê-lo bem. Isso ajudará a trazer melhores resultados na hora de fazer uma avaliação crítica do seu som.
Outro fator a considerar é o conforto, pois dependendo de quantas horas você vai passar com ele no ouvido, o conforto passar a se tornar uma característica importante.
Basicamente temos três grupos de fone de ouvido: in-ear (ou earphones), on-ear e over-ear.

O mais confortável neste caso é o over-ear que cobre totalmente as orelhas. Dentre estes temos ainda dois grupos, os abertos e fechados, onde os abertos têm geralmente um timbre mais transparente, porém os fechados isolam mais o som (tanto de fora pra dentro como de dentro pra fora). Considere isso se for gravar voz usando o fone, pois no caso de um fone aberto, o som pode vazar no microfone.

Cuidado com fones com conector P3 de celular, pois eles podem não se comportar direito quando ligados em uma interface de áudio.
Existem uma infinidade de marcas e modelos por aí, mas vou deixar aqui uma lista de alguns modelos de entrada de marcas já estabelecidas no mercado de áudio profissional:

Muito Essenciais
4 – Interface de Áudio
A interface de áudio vai ser o coração do seu sistema, pois ela é que vai converter os sinais analógico/digitais tanto de entrada como de saída de seu computador. Não coloquei ela no bloco dos Extremamente Essenciais porque o próprio computador já tem uma interface de áudio, ou seja, se vc vai começar fazendo apenas beats e sons eletrônicos com instrumentos virtuais, você consegue fazer sem ela. Porém se for gravar uma voz, por exemplo, você vai necessitar da interface para plugar o microfone.

Existem muitos tipos de interface e elas se dividem por:
– tipo de conexão com o computador (Firewire, USB 2.0, USB 3.0, USB-C, Thunderbolt)
– quantidade de entradas e saídas – microfone, linha e Hi-z (instrumento)

Alguns modelos de entrada são:

5 – Microfone/ Cabo/ Pedestal/ Pop filter
Outra categoria onde existe uma infinidade de opções é no quesito microfone e a escolha vai muito do seu uso, por exemplo, se você vai gravar somente voz, ou vai gravar também instrumentos acústicos.
Existem basicamente dois tipos de microfone, os dinâmicos e os condensadores. Os microfones dinâmicos são menos sensitivos, porém são mais robustos. Os microfones condensadores são mais sensitivos e transparentes, porém são mais delicados.

O ideal aqui seria ter alguns microfones diferentes para cada ocasião, porém se for comprar um pra começar, eu indicaria um condensador de cápsula grande, que vai servir bem pra maioria das aplicações.

Algumas marcas e modelos de entrada:

A respeito do cabo, ele deve ser do tipo XLR (macho) / XLR (fêmea), o pedestal de preferência do tipo girafa e o pop filter vai evitar os pops na gravação de voz que acontece quando a pessoa pronuncia os “P” e “B”, evitando assim de distorcer a cápsula do microfone.

6 – Monitores de Referência
Sobre monitores de referência, a escolha vai depender do tamanho da sua sala. Se for uma sala pequena (3mx3m ou 3mx4m) o ideal é que o woofer do alto-falante da caixa não ultrapasse 6.5 ~ 7 polegadas. Quero dizer que dentro de salas muito pequenas, um alto-falante de 8” não vai trabalhar de acordo. Alguns modelos de entrada são:

Essenciais
7 – Tratamento Acústico e Layout
O assunto de tratamento acústico é um tópico muito extenso e que não cabe em detalhes nesta matéria, porém devido à sua importância vou explicar pelo menos um básico aqui.

No processo de mixagem estamos a todo tempo analisando o áudio e fazendo mudanças – equalizando, comprimindo, colocando efeitos – de acordo com o nosso julgamento ao ouvir o som, através dos monitores de referência. E quando estamos usando monitores de referência, diferente de quando estamos mixando com fones de ouvido, o som que chega aos nossos ouvidos é uma soma do som direto e o som ambiente (da sala). Portanto, se ao usarmos os monitores de referência, a sala influencia o som que estamos ouvindo, fica claro então que temos que cuidar para que essa influência seja positiva, ou seja, que a acústica da sala nos ajude a ter uma ideia realista de como está nossa mixagem. Isso chama-se tratamento acústico ou condicionamento acústico.

O tratamento acústico é feito através de instalação de painéis acústicos no sentido de evitar ou diminuir reflexões sonoras ou exagero de ondas graves nos cantos da sala, que poderiam prejudicar ou mascarar o som direto que está vindo dos monitores, causando um julgamento errôneo da nossa mixagem.

Existem basicamente três tipos de painéis acústicos: painéis absorvedores, bass traps (ou armadilha de graves) e painéis difusores.
Os painéis absorventes servem para absorver uma certa porção do som e evitar que sejam refletidos de volta para o ambiente. São geralmente instalados em paredes e tetos em lugares estratégicos.

O bass traps têm a função de diminuir a ressonância dos graves dentro do ambiente e são instalados nos cantos de parede-parede, parede-teto.
Finalmente os painéis difusores irão difundir ou espalhar as ondas sonoras que chegam nele, devolvendo ao ambiente um som com menos definição e com isso quebrar os ecos e reflexões que de outro modo prejudicariam nossa percepção acurada do som direto. Além disso os difusores ajudam para que o som dentro do ambiente acústico fique mais natural e bem distribuído.

Neste layout de estúdio, o importante observar é o posicionamentos das caixas em relação à pessoa. Essa posição deve formar um triângulo equilátero e este local/distância centralizado da pessoa em relação às caixas chama-se “sweet spot”.

Este é o posicionamento ideal para a melhor avaliação do som, pois a cabeça da pessoa está à mesma distância das duas caixas, ou seja, o som de ambas as caixas chegam ao mesmo tempo nos ouvidos, consequentemente teremos uma visão bem mais correta da imagem estéreo.

8 – Controladores MIDI

Se você usa instrumentos virtuais talvez esse item pudesse ser classificado como Muito Essencial, pois ele facilita imensamente a performance musical, porém se você não usa instrumentos virtuais, logo vai começar a usar com certeza.

Os controladores MIDI também existem em uma infinidade de formatos, tamanhos e preços, porém o mais útil e com certeza mais usado é o controlador em formato de teclado e uma dica a respeito disso é que existem muitos teclados antigos que possuem saída MIDI, ou seja se você já possui um teclado, as chances são grandes de que você já tenha um controlador; neste caso restaria apenas verificar se a sua interface tem uma entrada MIDI, ou se o teclado enviar MIDI via USB, que você tenha uma porta USB disponível em seu computador.

9 – Suporte para os monitores de referência

Embora este item seja ignorado por muita gente, ele pode ajudar muito a eliminar ressonâncias indesejadas quando os monitores estão sobre uma mesa, por exemplo, através de promover o desacoplamento acústico entre esses objetos.
Existem suportes metálicos com altura ajustável no caso de colocar os monitores fora da mesa e suportes de espuma ou borracha caso eles sejam instalados sobre a superfície da mesa.

Os suportes de mesa podem ser substituídos por um pedaço de espuma acústica lisa embaixo do seu monitor. Vai ser melhor do que colocar ele diretamente em contato com a superfície da mesa.

No caso dos suporte tipo pedestal, o ideal é que eles sejam pesados para que o movimento dos alto-falantes da caixa não empurrem o monitor para frente e para trás resultando num som com graves embolados e imprecisos.

Resumindo, um bom suporte é aquele que tem o maior desacoplamento acústico para evitar ressonâncias e é bem rígido e estável para evitar que o som fique embolado.

Então se você está começando a montar um home studio, esses são os itens essenciais colocados em uma ordem de prioridade que não é fixa e depende muito de suas necessidades – que serão definidas muito em função do gênero musical que você está produzindo -, mas são um guia muito útil para montar esse quebra-cabeças. Reforço novamente que um ponto muito importante que deve ser levado em consideração é a do conhecimento das práticas e técnicas de como usar todo esse equipamento da melhor forma, pois do mesmo modo que contratar um engenheiro para construir uma casa vai economizar muito em materiais e tempo de trabalho, o conhecimento técnico e artístico na produção musical vai também ser crucial na economia de tempo e dinheiro ao longo da sua carreira.

Espero ter te ajudado e se quiser mais dicas sobre produção pode acessar também o canal do YouTube do Soundclass, assim como a página do Facebook, Instagram e o blog aqui do site. Obrigado.

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